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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Xadrez e Poesia


Xadrez

O rei come o peão
A dama desaba diante do cavalo
Um mísero cavalo!
Os bispos e as torres armam um xeque
Mas num golpe de mestre
Quem era fraco se fortalece
O rei dança com a dama
E dão-se as mãos e dão-se as bocas
Mas há o flerte daquele peão
Que conspira contra essa paixão
O rei come o peão
Mas a dama morre violentada
Por aquele maldito cavalo!
O rei jura vingança
E arquiteta uma revolução
Avança as torres, aciona os bispos
Libera os cavalos e congrega os peões
A sorte é uma mãe besta
Uma dádiva traiçoeira
Enquanto a morte, essa condessa,
Uma madrasta justiceira
- Morte ao rei negro!
Porém, no último instante
No minuto de misericórdia
Uma revelação:
- O quê?! A dama tinha um amante?!
E era justamente aquele peão
Que o rei matou sem perdão
E dizem, por maldade talvez
Que não foi o cavalo quem matou a dama
Mas sim a própria dama
Que se jogou em sua frente
De tanta dor e aflição
Que tinha no coração


(André Augusto Passari) em "Tempo, Solidão e Fantasia"andre-passari@bol.com.br

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